31.3.11

Artigo 12 - Existência Intraterrestre

Texto e desenhos de Clóvis Vieira

Nesta experiência, em desdobramento no plano espiritual, encontrei um ser de estatura mediana, moreno bronzeado, cabelos negros, aparência oriental, que tinha, na parte superior do crânio, uma pequena elevação.



Vestia-se com uma túnica amarelo-alaranjado e estava ao lado de um aparelho individual de transporte semelhante ao corpo de um dromedário. Disse ser da cidade intraterrena de "Mediterrânea". Pedi para utilizar seu aparelho, o que me foi cedido gentilmente.
         O aparelho era de fácil manejo. Havia dois botões vermelhos na parte frontal da cela. O botão superior acionava o movimento; o botão inferior, a parada. A torção deste conjunto fazia com que o aparelho virasse para a esquerda ou para a direita.
         Deslizei uns duzentos metros aproximadamente, flutuando a trinta centímetros do solo. Desci e a imagem dissipou-se.


         Refletindo sobre este contato, meu interesse recaiu primeiramente sobre a forma do aparelho. Procurei fazer uma analogia para entendê-la. Conceitualmente, a bicicleta ou a motocicleta, evoluiu do transporte animal, mais precisamente do cavalo. Creio que a forma deste aparelho, de propulsão magnética, evoluiu a partir do dromedário, animal muito utilizado para transporte no oriente. Não tirei outras conclusões, apenas registrei o fato de haver vida, não sei em que dimensão, também no interior do planeta.

Artigo 11 - Existência extraterrestre

Texto e desenhos de Clóvis Vieira

         Na passagem de 1990 para 1991, estava no jardim da casa de minha mãe observando a lua cheia que, naquela noite, era chamada de "Lua Azul" por ser a segunda lua cheia no mesmo mês.
         Fui dormir cedo e tive várias experiências em desdobramento. Destas relatarei duas. Uma delas foi com um grupo de seres femininos, que se identificaram como provenientes de um planeta na constelação de Andrômeda. Sua anatomia era próxima à nossa. Mediam aproximadamente dois metros. Vestiam túnicas longas de tecido fino em tons de verde-claro. Seus cabelos formavam uma ponta no alto da cabeça. Estavam serenas e traziam na face um leve sorriso. Revelaram que seu planeta estava sendo afetado pelas vibrações psíquicas emanadas pela Terra. Estas vibrações de baixíssima magnitude interferiam negativamente no psiquismo de seus habitantes. Para elas, a situação já era considerada insuportável.


         Foi constrangedor, naquele momento, me identificar como um habitante da Terra. Mesmo não compactuando com a ordem de valores estabelecida.  Fiquei envergonhado e reconheci minha impotência. Elas sorriram e me mostraram um gráfico da propagação dessas vibrações.


          Reproduzi o gráfico, segundo o que pude memorizar. Ele revela como as ondas percorrem o espaço entre a Terra e seu planeta. Existem áreas definidas - faixas - onde essas vibrações modificam-se. E havia uma escala onde as faixas se repetiam. As emanações da Terra influenciavam onde haviam planetas na faixa da escala referente ao nosso planeta, tal qual o planeta de onde provinham.



         O outro contato ocorreu com dois seres masculinos e dois femininos. Não ficou bem caracterizada a natureza deste contato. Talvez tenha sido apenas para registrar suas existências. Nada conversei, nada me foi exposto. Apenas os observei. Eram de características físicas iguais as nossas, mas de estatura elevada. Cerca de três metros.


         Seus físicos eram magníficos. Sua pele era de cor amarelo-esverdeado. Os seres masculinos eram musculosos e os femininos - na minha concepção estética - tinham linhas perfeitas. Um dos seres - masculino - tinha cabelos grisalhos e o rosto marcado por acentuadas rugas, contudo sua pele não era flácida.  


         Observei também suas posturas e, mesmo sem ouvir o que conversavam, procurei ficar atento. Notei muito respeito ao falar, sem impor idéias, e, ao ouvir, preocupavam-se em abstrair o máximo da informação. Não pude deixar de comparar com a forma de relacionamento de uma grande parcela dos indivíduos aqui na Terra, onde há menos importância com o conteúdo do diálogo e mais com a necessidade de auto-afirmação, expansão do ego e desejo de superioridade. Competitividade que leva a discussões passionais, quando não a trágicas conseqüências.

Viagem cósmica
Na madrugada do dia 19 de fevereiro de 1991, fui levado a uma distante região do cosmos. Meu perispirito foi transportado em uma nave interestelar. Cheguei a um salão onde havia uma platéia e uma recepção.  Dirigi-me à um senhor na recepção identificando-me como um terráqueo. Ele me disse que a definição "terráqueo" não existia. Citou o nome de um ser que fez um tratado sobre as etnias cósmicas e, pelo tratado, eu era considerado "Ser de superfície da Terra". Citou uma frase em língua desconhecida e, em seguida, conversou sobre o desenho que eu havia feito após o contato com os seres de Andrômeda. Ele precisou que existiam sete faixas na escala de propagação das ondas psíquicas, e não seis como eu havia desenhado. Notei então a similaridade com a escala musical de sete notas, estando aquele planeta em Andrômeda situado em uma faixa de vibração que correspondia a algumas oitavas acima. Refiz o desenho de acordo com esta recomendação acrescentando a sétima faixa na escala. Percebi que este contato ocorreu apenas para retificar o desenho. Ao longo dos anos mais contatos ocorreram por meio de desdobramento. Relato alguns em outros artigos.   



30.3.11

Artigo 10 - Sete planos espirituais

         Certa vez, fora do corpo, sai para a rua e encontrei, na calçada, um aparelho com a forma de meia laranja, com um acento em seu centro. Sentei, pois intuí que deveria ser transportado a algum lugar.


O aparelho não tinha controle de qualquer natureza, deixei-me ser conduzido. Ele se deslocou do solo suavemente e subiu em direção às nuvens. No trajeto, observei vários outros aparelhos iguais, transportando outras pessoas. Fomos encobertos pelas nuvens que, ao dissiparem-se, revelaram uma pequena cidade. O aparelho pousou em uma praça. Desci. Um senhor se aproximou e disse: __Você está no "segundo plano". Acima deste existem outros cinco. Procure o cartório para registrar sua presença.
         Disse-me, ainda, que deveria utilizar o mesmo aparelho na volta.
         Andei pela praça e vi crianças brincando. Uma pequena banca de jornal expunha um exemplar tablóide. Entrei por uma rua lateral à procura do cartório. A cidade parecia uma pequena vila do interior do Brasil, com casas construídas em estilo colonial. Minhas últimas lembranças foram de estar andando pelas ruas a procura do cartório, tudo então se dissipou, ou seja, memorizei apenas uma parte da experiência.
         Algum tempo depois comprei o livro “Cidade do Além” de Heigorina Cunha e Francisco Cândido  Xavier,  pelos  Espíritos André Luiz e Lúcios, onde esses planos estão detalhados, segundo a nomenclatura espírita. São eles: (além da superfície ou Crosta terrestre)
1 - Umbral grosso. 2 - Umbral médio. 3 – Umbral fino. 4 - Cultura (Ciência e Arte). 5 - Amor Fraterno Universal. 6 - Diretrizes do Planeta. 7 - Abobada Estelar.
Quanto aos Umbrais, são chamados também de Zonas superiores, (Umbral fino) Zonas intermediárias (Umbral médio) e Zonas inferiores (Umbral grosso).
         Estivera então no Umbral médio ou Zona intermediária.
As sucessivas viagens fizeram com que eu conhecesse várias dessas regiões e pude desenvolver uma noção do funcionamento delas. O que considerei mais importante subjetivamente foi encontrar os mesmos descritos pelos médiuns psicógrafos, muitos deles antes de tomar conhecimento pelos livros.
Com o tempo fui compondo um quadro do que encontraremos nessas outras dimensões e o perfil das pessoas que à elas ficam circunscritas após o desenlace físico. Relatarei algumas delas para tentar passar esse quadro.
 Em uma ocasião, em desdobramento cheguei a um ambiente muito parecido com a superfície da Terra – pelas características nebulosas percebi estar em uma zona intermediária – segundo plano - Mas sem a serenidade do primeiro sonho. Sendo uma zona intermediária, ali deveriam conviver espíritos com diversos tipos de comportamento. Vi espíritos que ocupavam o mesmo espaço, cinco ou seis ao mesmo tempo. Riam, gritavam, atormentavam a si próprios. Um espírito com olhos vidrados aproximou-se. Olhou fixo nos meus olhos e disse:
         __Mas... Você é um encarnado!
         Imediatamente outros espiritos iguais me rodearam procurando me atormentar. Fiz uma mentalização e oração. Imediatamente fui elevado do meio deles e flutuei para outro local, mesmo assim eles continuaram a me perseguir. Neste momento fui agarrado por trás por um espírito que se identificou como sendo uma tia de meu pai - desencarnada.
 __ Sou a tia Nenê. - disse ela.
Sempre me protegendo, flutuamos por cima das edificações. Acordei ainda sentindo seus braços envoltos em meu corpo. Estava ofegante e levei algum tempo para recuperar meus movimentos.
         Em outro desdobramento, fui para o mesmo plano, com as mesmas características caóticas. Cheguei a este local flutuando. No trajeto, vi um homem correndo desesperadamente com seis perfurações nas costas. Corria e gritava. Intuí que ele havia desencarnado quando estava em fuga, sendo baleado pelas costas. Creio que não sabia que havia desencarnado e continuava a correr. Passei por ele flutuando a aproximadamente três metros acima. Parei em uma localidade, onde alguns espíritos me recepcionaram e me reconhecendo como um "encarnado". Disse-lhes que aproveitaria a estada para conhecer um pouco sobre o lugar.
         Havia casas em contraponto ao outro ambiente mais enevoado e pouco arborizado.
         Havia muitas pessoas ali. Perguntei a uma delas sobre a cor de suas roupas. Responderam-me que poderia ser de qualquer cor. Havia casas unidas que se comunicavam entre si. Encontrei pessoas conhecidas, encarnadas – em desdobramento – e outras desencarnadas.
         Certa vez, em desdobramento, estava visitando uma localidade. Parecia uma clinica de recuperação perispiritual, com bonitos jardins, céu azul e muita luz. Estava andando e encontrei um lago no caminho, flutuei sobre ele. Em dado momento, percebi que estava muito tempo por lá, muito mais que das outras vezes. Aproximei-me de uma médica e  perguntei: __ Eu desencarnei? Na esperança que ela soubesse a resposta. Penso que quando desencarnar, alguém vai precisar me avisar porque como minhas visitas são constantes, quando chegar minha hora, talvez não possa identificar.
Continuei acrescentando que não poderia desencarnar porque precisava fazer o filme de um dos livros do espírito Luiz Sérgio. (Deixe-me viver - psicografado por Irene Pacheco Machado e que trata da questão do aborto.)
            Ela respondeu sorrindo: __ Estamos sabendo.
            E, segurando meu pulso, flutuamos.
Despertei ainda sentindo suas mãos em meus pulsos.
Nota: até agora, não consegui realizar a tarefa de produzir o filme.
Nessa experiência então percebi que estivera no Umbral fino, ou Zona superior. Onde o Sol ilumina e há uma vida exuberante. Contudo ainda era o terceiro plano, lembrando que ainda acima deste ainda á mais quatro, que eu ainda não visitara.
         Percebi por meio dos desdobramentos vários objetivos diferentes. Algumas serviram para estudo e observação, algumas para tratamento e em algumas eu participava de trabalho de socorro e resgate de espíritos que ali se encontravam, o que nos leva a conclusão que nossos propósitos de vida não estão circunscritos apenas à esse plano físico. Somos úteis e interferimos em várias outras dimensões.
         A primeira sensação que nos acomete quando interagimos com outros planos e outras formas de existência, é a da Eternidade. Passamos a ter certeza dela.
         Eternidade é uma palavra originaria do grego que quer dizer “Totalidade” diferente do que foi traduzida  “sem fim”, isto é um linha de tempo interminável.
         A Eternidade é a grandeza de nossa existência.  A educação religiosa católica ensina que ao morrer encontraremos três realidades. O Céu se tivermos sido bons e lá ficaremos eternamente. O Inferno se tivermos sido maus e lá ficaremos eternamente. E o purgatório que é provisório para aqueles que não foram tão maus nem tão bons.
         A fé católica não está tão distante da verdade, de acordo com o que presenciei e do que é atestado por outras pessoas que tiveram afluência a esses planos. Erra quando afirma que aqueles que vão para o Inferno - Umbral Grosso ou Zonas inferiores – jamais sairão de lá.
         Cabe unicamente a nós determinarmos em que plano ficaremos circunscritos depois da saída do plano físico dependendo do grau de nossa espiritualidade “real” não a “aparente”, porque é muito comum aparentar ser uma pessoa benévola, mas na verdade cultuar mazelas para si e para os outros. O que vale é o que está em nosso intimo. Somos juízes de nós mesmos. Quando deixamos o plano físico, já o deixamos “julgados”.
Ninguém fica nesses locais para sempre, o trabalho de emancipação da consciência e aprendizado continua. Inclusive com incursões de espíritos de luz nas zonas inferiores para trabalhar com aqueles que lá estão a fim de transformar suas aspirações intimas voltada ao ego em aspirações de amor, compaixão, fé solidariedade e caridade, dentre outras virtudes.
         O Espiritismo está mais de acordo com o que eu presenciei. Não tão rígido e compreendendo que cada um “Constrói seu Umbral”, ou seja, cada pessoa de acordo com sua consciência vibra em determinada faixa e são atraídas para locais onde outros espíritos da mesma freqüência se encontram, ou seja, “os iguais se atraem”.
         Em nenhum desses planos há a preocupação diária de lutar pela sobrevivência, porque não há necessidade de alimento, a não ser de fluido vital que lá é escasso. Quando algum encarnado penetra nas zonas inferiores, logo são cercados pelos que lá se encontram para compartilhar essa energia. Nas zonas superiores há energia suficiente para o equilíbrio de todos. Ali as atividades principais são o estudo e o auxilio aos que estão nas zonas inferiores e no plano físico. Também há atividades criativas como dedicação à literatura, à música, às artes e às ciências.       
         Nas zonas inferiores, existe sofrimento pela ausência de consciência que faz com que aqueles que estejam lá mergulhem em seus próprios pesadelos e temores. Não há fogo, nem fumaça, há escuridão, penumbras e luzes tênues em alguns locais.

Primeiro plano - Zonas inferiores
         Estive poucas vezes nas zonas inferiores, vou relatar algumas neste capitulo e deixarei uma outra para um capitulo mais adiante devido esta experiência ter relação com uma situação mais complexa.
         Não é fácil adentrar nessas zonas, a não ser que haja muito preparo o que não é o meu caso. Quando estive lá sempre fui acometido de muito medo.
         Em uma viagem, cheguei a um local urbano. Havia prédios e em nenhum deles havia luz em seu interior. Milhares de pessoas, bem vestidas, calmas, perambulavam pelas ruas. Idas e vindas sem destino. Ninguém entrava nos prédios o que se concluí que eles são formas pensamento, plasmados apenas para servir de referencia formal àqueles que ali estavam. Andei por entre eles. Havia um senhor vendendo sorvetes em um tabuleiro. Não havia geladeira. Pensei: __ Será que ele não percebe que o sorvete não derrete.
         Ele me ofereceu um sorvete. Educadamente recusei.
         Andei uma quadra pelo meio da multidão e virei uma esquina. Vi uma jaula subterrânea na calçada, as grades estavam ao nível do chão, em seu interior, havia uma pessoa extremamente raivosa. Dali eu voltei e fiquei próximo ao local onde estava o sorveteiro. Senti um desejo muito forte de sair dali e fiz uma oração. Ao meu redor iniciou-se um processo de iluminação tênue, perfazendo um circulo de 4 metros de raio aproximadamente. As pessoas que estavam a meu lado se afastaram olhando para mim com escárnio. Enquanto não orei estava tudo tranqüilo, mas durante a oração eles me olharam com reprovação. Percebi que eram pessoas que não acreditavam na vida após a morte e ainda reprovavam a espiritualidade. Não eram pessoas que cultivaram maldades durante a vida, mas eram nulas quanto à espiritualidade. Não sabiam que já não estavam mais no plano físico talvez pensassem que estivessem dormindo e tendo algum tipo de pesadelo. Procurei caminhar para o outro lado e cheguei a uma avenida onde havia um cemitério dos dois lados. Meu medo aumentou mais ainda. Em uma das entradas do cemitério, havia um carro antigo anos 30 e em seu interior alguns homens conversavam, tinham a aparência de gângsteres mafiosos, estavam traçando planos sem saber que já não mais estavam no plano físico. Continuei andando desejando sair de lá. Como era uma zona muito tenebrosa, solicitei aos anjos que viessem me retirar dali. Surgiu então um grupo de crianças que pegaram em minha mão e foram me levando. Nesse momento uma mulher vestida com trajes íntimos e vocabulário não recomendável nos interceptou dizendo que me traria de volta, eu educadamente recusei dizendo que já tinha quem me levasse, outro grupo muito suspeito apareceu dizendo querer me levar, novamente recusei. As crianças que comigo estavam, haviam se transfigurados em jovens. Um deles olhando aquele cenário das zonas inferiores disse em forma de lamento:__ Como a Terra é atrasada!
         Disseram-me para eu aguardar que após um ritual, me trariam de volta.
         Aguardei e aos primeiros anjos foram reunindo-se outros e iniciaram um canto coral. Uma linda música. O céu estava negro, mas as densas camadas de nuvens foram se recuando e o céu ficou limpo. Dava para ver as estrelas e outras luzes interagindo. Percebi que aquele ritual tinha a função de limpar a atmosfera densa daquele local a fim de que boas energias penetrassem. Percebi que a atmosfera é negra e escura, não pelos desígnios divinos, mas pelas emanações negativas das próprias pessoas que lá se encontravam.
         Outra ocasião estava em um local onde havia árvores desfolhadas e alguns prédios ao fundo. Centenas de pessoas maltrapilhas perambulavam. Em determinado momento elas foram se aproximando de mim. Eram dezenas querendo se encostar, obviamente sentindo a energia vital que como encarnado possuía. Deixei por alguns instantes e passei a sentir o sofrimento deles, inofensivos, perdidos e desesperançosos. Logo comecei a sentir fraqueza e passei a fazer uma oração. Surgiu um senhor que me retirou dali.

Segundo plano - Zonas intermediárias
         Nas zonas intermediárias, já há claridade, como um dia nublado. Há pequenas cidades fortificadas energeticamente onde é possível que espíritos com algum grau de consciência permaneçam. Fora há uma desorganização com espíritos perambulando ainda mergulhados em crenças e misticismo do plano físico.
         Certa vez, estando na zona intermediária, me dirigia para uma dessas cidades. Alguns espíritos me viram e vieram me atacar para obter energia vital. Eu orei e criou-se em volta de mim um campo energético, onde eles não penetravam. Ficavam furiosos. Depois de algum tempo se afastaram.
         Uma moça se aproximou e me acompanhou para dentro da cidade. No caminho eu vi um rapaz nu com dois chifres na cabeça. Fiquei admirado porque jamais imaginara que tal criatura pudesse existir. A moça que estava a meu lado disse que aquele rapaz, em vida, acreditava ser a reencarnação de um deus grego e que quando deixou o plano físico, plasmou aquela forma e ficava se exibindo, era completamente inofensivo mas ainda não se conscientizara da realidade.
         Em outra ocasião cheguei a um lugar que pelas características, chamei de “A feira da morte”. Era uma rua onde havia centenas de barracas como em uma feira. Estavam todas abarrotadas de objetos sacros representando figuras em sofrimento. A peça principal era o crucifixo. Todas as peças tinham uma grossa moldura preta contornando. Não havia compradores, somente vendedores. Havia um cheiro cadavérico muito forte. Muitos já devem ter sentido esse cheiro em velórios quando não há um sistema purificador de ar adequado. Na medida em que andava pelas barracas compreendia aquele local. Eram pessoas que em vida comercializavam ou cultuavam imagens de santos mortos ou em martírio, a tal ponto que depois do desenlace físico plasmaram aquele local para continuarem o que faziam em vida. O que é muito comum com aqueles que se apegam à sua atividade no plano físico e ficam presos a ela.
Em outra ocasião fui levado a um atelier de um famoso artista plástico brasileiro. As paredes estavam repletas de quadros que ele havia pintado, mas ao invés de utilizar seu talento em consonância com o plano espiritual, não, estava preocupado e preso ao desenvolvimento de técnicas e formas expressivas, fator que o mantinha preso ali. Aliás, ele não gostou de eu estar lá. Um moço que me acompanhava e que para ali me conduzira, o acalmou dizendo que minha presença não lhe causaria nenhum problema. Notei que como também sou artista plástico, seu temor era que eu pudesse copiar suas idéias e técnicas.
         Por duas vezes fui levado a conversar com um parente que não acreditava na vida após a morte. Expliquei-lhe o que estava acontecendo e onde ele estava. Depois de algum tempo, em um terceiro encontro ele já tinha compreensão de sua condição.
         Uma vez fui levado a ver um amigo que em vida era focado em acumular fortuna. Não teve muito tempo de usufruir o que conquistara. Sua prioridade em ganhar dinheiro era tanta que no umbral, plasmou para si um palacete com um cômodo enorme e luxuoso e ficava ali dentro olhando ao derredor. Aproximei-me dele, ele me viu e sorriu. Comigo estavam vários mentores e socorristas. Havia uma mesa onde sentamos. Aquelas pessoas que comigo estavam passaram a conversar com ele tentando informar que ele já não mais estava no plano físico. Meu amigo sorriu levantou-se e foi para o meio do salão. Olhamos um para os outros reconhecendo que não obtivéramos sucesso naquele momento.
         Também estive com um primo que deixou o plano físico com 9 anos vitima de um atropelamento. Ele ainda apresentava uma cicatriz na testa onde ocorrera a lesão que lhe foi fatal. Ao vê-lo, perguntei se estava bem. Ele respondeu que sim e que estava com o Senhor.
         Consegui encontrar todos meus antepassados conhecidos e pude saber em que situação se encontravam. Mas um caso me chamou muita a atenção. Estive em uma sala com poltronas e uma mesa de centro. Sentado na poltrona estava uma moça que se apresentou como sendo filha de uma prima de minha mãe. Informou sua data de nascimento e a data de desencarne. Apenas que a data de desencarne era anterior à data de nascimento. Pensei por alguns instantes e lhe perguntei se não achava estranho aquelas datas inversas. Ela pensou por alguns instantes. Com muito cuidado eu expliquei que ela não chegara a nascer. Por algum motivo sua gravidez não evoluíra. Disse-lhe que a data de nascimento era uma data programada, mas que nunca chegou a acontecer no plano físico. Acontecera sim no plano espiritual e que ela estava crescendo naquele ambiente pensando ser aquilo “viver”. Ela me escutava e pouco a pouco foi compreendendo que realmente não chegara a nascer para o mundo físico e que aquele ambiente fora plasmado para que ela tivesse uma referencia dimensional necessária naquele caso. Na medida em que seu semblante demonstrava entendimento, surgiram duas pessoas as quais eu pedi para acompanhar orientando que elas a levariam para um local onde pudesse compreender melhor o que ocorrera. E assim foi feito.
         Posteriormente tomei conhecimento de outros casos ocorridos com outras pessoas que também foram solicitados pelo plano espiritual para a mesma função, o que demonstra que ao deixar o plano físico, dependendo do estado em que se encontra o desencarnado, ele poderá não enxergar espíritos que venham em seu auxilio. Por afinidade, parentes e amigos são levados para que eles os vejam. Esta intermediação promove uma abertura e emancipação da consciência até um nível onde os espíritos possam, a partir dali, serem vistos e atuar.

Terceiro plano - Zonas superiores
         As viagens às zonas superiores são mais tranqüilas por ser um ambiente onde há compreensão dos processos existenciais. Esse plano ainda pertence à zona umbralina, o que quer dizer que àqueles que à ela fluem ainda estão em processo de evolução reencaratorio.
         Estive várias vezes neste plano, sempre com boas recordações. Visitei leitos de pessoas em convalescência, presenciei a vida em vastos jardins e edificações agradáveis. Somente uma vez foi me revelado o nome da cidade em que me encontrava “Horizonte Novo”. Certa vez tive a oportunidade de presenciar o por do sol. Nesse momento uma linda canção ecoou por todo o ambiente e todos pararam para reverenciar aquele momento. Após o por do sol, esferas saiam de vários pontos da cidade e fixavam-se à uma certa altura, acendiam e iluminavam a noite.
         Em uma dessas visitas entrei em uma sala de aula onde havia por volta de outras 20 pessoas. Sentei-me em uma cadeira em uma das mesas. Uma senhora subiu ao pequeno palco à frente onde se erguia um púlpito. Ela disse: __Serão seis aulas, hoje é a primeira. Vocês terão uma surpresa quanto ao professor.
         Ela saiu e ficamos curiosos. Da porta da sala de aula, entrou para nossa admiração, Chico Xavier. Apenas me lembro de estar olhando para ele e acordar. A aula, em si foi apagada de minha mente, mas com certeza ficou guardada no inconsciente, e com certeza, surgirá gradativamente ao longo da vida em forma de intuição.
         Certa vez me vi em um grupo de pessoas nas zonas inferiores, andávamos por uma trilha e ao derredor, centenas de espíritos sofredores. Liderando nossa equipe estava Chico Xavier que subiu em uma elevação e passou a falar docilmente, confortando aqueles que ali sofriam. Eles aproximavam dele e ouviam com muita atenção. Contudo passei a não me sentir bem e orei para sair dali. O que foi atendido rapidamente. Talvez aquela fizesse parte de uma das seis aulas previstas. Fiquei em dúvida. Será que fui reprovado?
         Em outra ocasião, no plano espiritual uma forte vibração passando por todo meu Perispirito e da minha boca saiu a voz de Chico Xavier dizendo:
         __ Não vos deixarei sós! Eu voltarei. Por causa do amor, da fé e da caridade.
         Talvez muitas pessoas pensem que por ele ser um espírito muito evoluído já não necessitaria voltar, o que é verdade, mas pela mensagem ele diz que ainda voltará para estar conosco continuando sua missão.
         Essas incursões as cidade espirituais nas zonas chamadas superiores, ainda não faz parte das zonas excelsas que são os quatro planos acima destes, que também tive a oportunidade de visitar. Lá se flutua com muita facilidade, á florestas exuberantes, rios e cachoeiras, não há cidades propriamente dita, apenas edificações esparsas em forma de templos. Um ambiente onde a paz e o amor penetra por todas as partes do corpo, uma sensação indescritível.
         Cheguei até o sétimo plano que narro em outro artigo.